segunda-feira, 2 de julho de 2012

leitura e interpretação-folclore


As cataratas que surgiram do amor                                           

Distribuída em várias aldeias, às margens do rio Iguaçu, a tribo dos Kaiangangs formava uma poderosa nação indígena. Tinham como deuses Tupã, o deus do Bem, e M’Boy, seu filho rebelde, o deus do Mal. Era este o causador das doenças, das tempestades, das pragas, além dos ataques de animais ferozes e das demais tribos in inimigas.

A fim de se protegerem do deus do mal, em todas as primaveras, os Kaiangangs a ele ofereciam uma bela jovem como esposa, que ficava impedida para sempre de amar alguém. Apesar do sacrifício, esta escolha era para ela um privilégio, motivo de honra e orgulho.

Naípi, filha de um grande cacique, conhecida em todos os cantos por sua beleza, foi desta vez a eleita. Feliz, aguardava com ansiedade o dia de se tornar esposa do temido deus. Iniciaram assim os preparativos Da grande festa.  Convidados chegavam de todas as aldeias para conhecê-la. Entre eles estava Tarobá, valente guerreiro, famoso e respeitado por suas vitórias.

Ocorreu que  Tarobá e Naípi vieram a se apaixonar, passando a manter encontros secretos às margens do rio. Sem ser notado, M’Boy acompanhava os acontecimentos, aumentando a sua fúria a cada dia.

Na véspera da consagração, os jovens encontraram-se às margens do rio, Tarobá preparou uma canoa para fugirem no dia seguinte. Iniciaram a fuga e, já a uma boa distância do local, M’Boy concretizou sua vingança. Lançou seu poderoso corpo no espaço em forma de uma enorme serpente, mergulhando violentamente nas águas e abrindo uma cratera no fundo do rio Iguaçu.Formaram-se assim as cataratas, que tragaram a frágil canoa. Tarobá foi transformado em uma palmeira no alto das quedas e Naípi, em uma pedra nas profundezas de suas águas.

Do alto, o jovem apaixonado contempla sua amada, sem  poder tocá-la. Resta-lhe apenas  murmurar seu amor quando a brisa lhe sacode a fronde. Em todas as primaveras lança suas flores para Naípi através das águas, como prova de seu amor. A jovem está sempre banhada por um véu de águas claras e frescas.

Ainda hoje, M’Boy permanece escondido numa gruta escura, vigiando os jovens apaixonados. Quando o arco-íris une a palmeira á pedra, pode-se vislumbrar uma luz que dá forma aos dois amantes,podendo-se ouvir os murmúrios  de amor e lamento.

(Walde-Mar de Andrade e silva. Lendas e mitos dos índios brasileiros)

ATIVIDADES

1)      Copie o nome da pessoa que recontou a lenda. Essa pessoa pode ser considerada autora dela?Por que?

2)      Com que intenção essa lenda foi criada?

3)      Quais as características de M’Boy?

4)      Porque, em todas as primaveras, era oferecida uma bela moça para o Deus do mal?

5)      Como essas moças se sentiam?

6)      Copie o trecho que revela a criação das cataratas:

7)      Observando atentamente a história, onde se localiza a tribo dos Kaiangangs?
















Nenhum comentário:

Postar um comentário